Olá
pessoal!Hoje falarei sobre uma importante questão ambiental: a floração de
algas.
O plâncton, é
a base da cadeia alimentar dos animais aquáticos. Ele pode ser comparado aos
campos terrestres e serve de alimentação para muitos pequenos e grandes peixes,
além de boa parte das baleias. É formado pelo zooplâncton, bacterioplâncton e
fitoplâncton. Este também é fundamental para a vida no planeta. Absorve cerca
de metade do CO2 resultante de atividades humanas, transformando em
carboidratos e carbonatos de cálcio, além de produzir grande parte do oxigênio
atmosférico. Porém algumas microalgas que fazem parte do fitoplâncton, quando
aumentadas em número, podem ser um problema.
O homem vem
poluindo cada vez mais os mares por liberação de esgotos, uso de fertilizantes ou
criação de animais. Assim, a quantidade de matéria orgânica aumenta e
juntamente com outros fatores como baixa salinação, mais temperatura adequada,
propicia um ambiente adequado para reprodução de microorganismos. Os
dinoflagelados (possuem dois flagelos) importantes no fitoplâncton, podem ser liberadas de seu
ambiente limitado, e se reproduzirem em proporções indesejáveis, formando as
“florações de algas”. Estas podem causar um fenômeno conhecido como “maré vermelha”.
O mar fica com colorações vermelhas, alaranjadas ou morrom-avermelhadas. Isto
ocorre devido a pigmentos como ß caroteno. Essas florações oferecem um sério
risco. Elas cobrem a superfície permitindo a entrada de pouca luz,
consequentemente diminuindo o oxigênio da água ameaçando a vida de animais
aquáticos. Mas este não é o problema mais sério. Estas microalgas produzem
toxinas que podem causar a morte em massa de peixes. O contato humano com estas
toxinas pode causar náuseas, vômitos, dores de cabeça, ardor nos olhos, lapsos
de memória, dificuldades de respiração, alterações de humor e distúrbios da
fala. Mais de 40 espécies de dinoflagelados já foram identificadas como
produtores de substâncias tóxicas.
Microalga Dinophyta |
Em 1987, na costa
da Carolina do Norte ocorreu uma floração, dois meses mais tarde de uma que
havia ocorrido na Flórida. Essa floração matou metade da população de golfinhos
da região. Estes se alimentaram de peixes que haviam sido contaminados. O que
pode ocorrer com humanos que também venham a se alimentar desses animais.
Muitos desses dinoflagelados produzem neurotoxinas extraordinariamente
potentes. Elas unem-se aos canais de sódio e potássio das células nervosas
provocando a interrupção da comunicação entre nervos e músculos, podendo causar
a morte por paralisia respiratória.
As marés
vermelhas tem sido documentadas há muito tempo. Existe, no entanto, uma
preocupação em relação ao aumento de sua incidência. Há dúvidas quanto a seu
aumento ser relacionado a um pico de um ciclo natural. Porém, há grandes
indícios de que os principais fatores causadores são de ação humana, como os
que já citei acima.
No Brasil, a
última grande maré vermelha ocorreu na Bahia, em 2007, e provocou a morte de
cerca de 50 toneladas de mariscos e peixes.
Foto do rio Guaíba, Porto Alegre. A coloração verde é causada por floração de cianobactérias. |
Outra
floração tóxica ocorre em águas doces e é causado por cianobactérias. Estas
microalgas são as únicas procariontes do reino protoctista. É possível que elas
deixem de fazer parte deste reino, mas por enquanto são chamadas de algas
azuis. Assim como as florações de dinoflageladas, as cianofíceas se reproduzem
descontroladamente pela quantidade de nutrientes na água geralmente causada
pela ação humana. A água se torna verde ou azul-esverdeada. Várias dessas
espécies de algas também produzem toxinas, muitas delas neurotoxinas, que podem
causar convulsões ou até a morte por parada respiratória. Outras podem produzir
hepatotoxinas que tem ação mais lenta. Estas podem causar a morte entre poucas
horas ou poucos dias em decorrência de hemorragia intra-hepática e choque
hipovolêmico. Por isso é de grande importância o controle da qualidade da água
para consumo, e da existência desses microorganismos. Além do tratamento de
esgotos e controle de poluição das águas de mares e rios.
Existe uma
necessidade de uma consciência ambiental da população e das empresas. Preservar
o planeta em que vivemos é fundamental para nossas vidas e de futuras gerações.
Outra questão ambiental importante é a diminuição do fitoplâncton oceânico que
é de suma importância para a vida das espécies do planeta que dependem de
oxigênio, ou de todo um ecossistema marinho. Mas este assunto deixarei para
outro artigo.
Capão da Canoa RS. Mar com aspecto barrento causado por algas marrons não tóxicas. |
Você leitor,
que vive no sul do Brasil, pode estar se perguntando se aquele mar de cor
marrom e aspecto barrento pode ser uma floração de algas. Na verdade esse fenômeno
“mar chocolatão”, como dizem os gaúchos, é mesmo causado por algas, mas estas
são algas marrons que não são tóxicas. Este fenômeno é causado pelas correntes
marítimas que vem do sul, que esfria o mar e mata parte dessas algas que vão
parar na praia. Como estas correntes são comuns no litoral do RS, os gaúchos já
estão acostumados com a cor do mar. Essas algas podem não ser tóxicas, mas
convenhamos que se banhar nesse mar sujo não é muito agradável. Além disso, se você ver que esta cor for marrom avermelhada ou alaranjada, é melhor não arriscar, pode estar presenciando uma floração tóxica.
Então, minha
postagem de hoje fica por aqui. Até a próxima!
By Camila Wentz
Muito bom Camila! Não sabia que a cor marrom nas praias do RS era causada por algas... Menos mal que essas não são toxicas, porque sempre acontece!
ResponderExcluirPois é, são phaeophytas de alto mar, algas pluricelulares marrons ou pardas. Elas morrem devido as correntes marítimas que são comuns no sul e causam essa coloração semelhante a barro. Fico feliz que tenha gostado do blog!Bjão
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